O delegado da Polícia Federal Fábio Scliar, chefe da Delegacia do Meio Ambiente e Patrimônio Histórico, questionou neste sábado a legalidade e a idoneidade do método usado pela Chevron para limpar o petróleo que vazou na Bacia de Campos, na costa norte do Estado do Rio de Janeiro, onde houve um grande vazamento de óleo há cerca de duas semanas.
Scliar afirmou que a empresa americana não está recolhendo o petróleo e limitando-se apenas a "empurrar" o petróleo para o fundo do mar com jatos de areia sob forte pressão, o que poderia contaminar os corais e constituir um crime de poluição ambiental.
A Polícia pediu informalmente à empresa que mude de tática de limpeza do petróleo, que começou a vazar há duas semanas por causa de uma fissura no leito marinho perto de um poço a 120 km do litoral do município de Campos, no Estado do Rio de Janeiro, bacia onde fica a maior parte das jazidas petrolíferas do País.
Cálculos da Agência Nacional de Petróleo (ANP) estimam o derramamento no mar de 200 a 330 barris diários entre os dias 8 e 15 de novembro, embora nos últimos dias o vazamento tenha sido estabilizado pelo fechamento da fissura feito pela empresa.
A mancha de petróleo se reduziu e nesta sexta tinha extensão de 18 km e uma área de 11,8 km², conforme dados da ANP. Algumas autoridades brasileiras questionaram os números e sugeriram que as dimensões do vazamento poderiam ser muito maiores.
O presidente da divisão brasileira da Chevron, George Buck, admitiu na sexta-feira que a empresa subestimou a pressão de um dos reservatórios de petróleo, o que pode ter causado o vazamento.
As fissuras pelas quais escapou o petróleo se abriram a 130 m de uma sonda da Chevron, que estava fazendo perfurações a 1,2 mil m de profundidade.
A companhia americana anunciou que pretende abandonar este poço no Campo de Frade, onde opera desde 2009. A Chevron é a operadora do projeto e tem uma participação de 51,7%, enquanto a Petrobras tem 30% e o restante pertence ao consórcio japonês Frade Japão Petróleo.
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